Medicamentos em hospitais já começam a preocupar; Magela nega

Situação preocupante e perigosa para os ilheenses
Maurício Maron

Exclusivo. As instituições hospitalares de Ilhéus, responsáveis pelo tratamento de infectados pela Covid-19 trabalham, neste momento, no limite do estoque de medicamentos utilizados para os casos mais graves da doença, notadamente sedativos usados em pacientes que necessitam ser entubados nas UTIs. O problema não é localizado. A produção abaixo do consumo tem limitado as vendas em todo o País.

O provedor da Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus, médico Eusínio Lavigne disse que o Hospital São José, uma das instituições conveniadas, trabalha "no limite" de alguns produtos "A gente compra determinada quantidade e os laboratórios enviam sempre uma quantidade menor. É preciso regularizar para não faltar", disse ao Jornal Bahia Online, hoje pela manhã. Vale ressaltar que o Hospital São José é o que disponibiliza a menor quantidade de leitos para casos da Covid-19 em Ilhéus. Em resumo: é lá o menor número de doentes afetados.

O médico Jorge Viana, um dos sócios do Hospital de Ilhéus, disse ao JBO que já encaminhou à Secretaria de Saúde a relação dos medicamentos indispensáveis às UTIs e, de fato, está havendo dificuldades no atendimento. "Os medicamentos estão em falta em todo o Brasil", queixa-se. "A medicação atual dará para atendimento de poucos dias", estima o médico. "Compramos medicamentos com preços elevados sendo que a transportadora prometeu entregar na próxima quarta-feira", informou Viana. Segundo ele, as secretarias de saúde municipal e estadual estão cientes do problema.

O secretário de Saúde do município, Geraldo Magela, entretanto, nega a falta. "Pelo menos que me tenha sido relatado, visto que  temos fornecido quando nos solicitam. Hoje temos um pequeno estoque", disse Magela ao Jornal Bahia Online na quarta-feira passada. Hoje, em novo contato feito com o secretário, ele assegurou que não há perigo de desabastecimento. "Nós em Ilhéus não tivemos falta, nós conseguimos comprar e temos um pequeno estoque", afirmou. "Os hospitais, exceto o estadual, temos um termo de cooperação técnica e fornecemos medicação e, na medida do possível, não temos deixado faltar uma grande parte das medicações", disse ao JBO. Segundo Magela há medicação para 30 dias e está sendo negociada uma nova compra para garantir por 60 dias.

Médicos e enfermeiros que atuam na linha de frente do enfrentamento à doença, informaram ao JBO que a falta de alguns produtos específicos começa a ser notada em algumas unidades. E citam até nomes de medicamentos: Fentanil, Midazolam e bloqueadores neuromusculares. Entre esses, há medicamentos que são extremamente necessários para a sedação de pacientes que necessitem ser entubados.

Praias livres, população liberada

Este foi o primeiro final de semana com praias liberadas pela Prefeitura. O Jornal Bahia Online apurou que o serviço de fiscalização nas praias teve que interromper, entre sábado e domingo, 27 babas  e cerca de 10 bares instaladas na orla foram fechados. O governo municipal não liberou a reabertura destes estabelecimentos.